O balanço da participação do Brasil na Assembleia-Geral da ONU é positivo, na avaliação de Paulo Velasco, professor de Política Internacional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ele acha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve atuação positiva em suas agendas mais importantes e não cometeu nenhum deslize.
“Não houve bola fora, não houve gol contra, o que em se tratando do Lula é algo raro. Porque ele acerta muito, mas como aparece demais, acaba errando demais também”, disse o professor ao Brasil de Fato.
Exemplos de deslizes recentes, segundo ele, são a recepção excessivamente efusiva ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante a Cúpula de Brasília, em maio último – quando chamou de “narrativa” o que se fala sobre a Venezuela – e a postura em relação à guerra na Ucrânia, pelo fato de ter afirmado em algumas ocasiões que Ucrânia e Rússia são igualmente responsáveis pelo conflito.
Na ONU, Velasco destaca os seguintes positivos: o discurso de Lula, “correto, tocando em pontos sensíveis e muito bem recebido pela comunidade internacional”; o lançamento de uma parceria com os Estados Unidos em prol do trabalho decente, que lhe parece uma “preocupação legítima” de Lula e Joe Biden; a conversa com o ucraniano Volodymyr Zelensky, honesta e importante; entre outros temas, como reforma da ONU e mudança climática.